terça-feira, 5 de julho de 2016

#13 - Grande Prêmio da Inglaterra (parte 1)

* por Carlos Werzel Júnior

É uma das provas mais antigas a sediar continuamente uma etapa da Fórmula 1, ao lado do GP da Itália.

O 1º Grande Prêmio foi realizado em 1926, no circuito oval de Brooklands, que fica na cidade de Weybridge, condado de Surrey. Este oval foi construído em 1907.



Houve apenas mais um GP em Brooklands, em 1927. Na década de 1930 houve várias provas não válidas para campeonato algum, no circuito de Donington Park.

Com o início da 2ª Guerra Mundial o oval de Brooklands ficou destruído, e foi abandonado.

A maioria dos então novos circuitos ingleses construídos ficavam em campos de pouso em desuso, da Força Aérea Real inglesa. Silverstone era um destes circuitos, e sediou o primeiro GP Inglês pós-Guerra Mundial, em 1948. Em 1949, o circuito de Silverstone foi bastante modificado, ficando muito mais veloz.

Em 1950, o Campeonato de Fórmula 1 é introduzido no automobilismo mundial, e Silverstone sedia o 1º GP da história da F1. Dentre os espectadores da prova esteve a família real inglesa.

No GP de 1951 aconteceu a 1ª vitória da Ferrari na Fórmula 1, através do argentino José Froilán González.

Silverstone sediou a Fórmula 1 até 1954, pois em 1955 houve alternância com o  circuito de Aintree. Em anos ímpares o GP Inglês foi em Aintree, enquanto que nos anos pares foi realizado em Silverstone. Assim foi até 1961, pois em 1962 foi realizado novamente em Aintree, sendo o último GP Inglês na F1 neste circuito.



Em 1963 o GP da Inglaterra volta a Silverstone, e começa o rodízio com o circuito de Brands Hatch. Silverstone é utilizado nos anos ímpares, e Brands nos pares, isto até 1986. Brands Hatch, assim como Silverstone, acaba se tornando um circuito popular entre os pilotos.

Traçado de 1964 a 1974

Traçado de 1976 a 1986

Algumas pessoas tinham preocupações com as médias de velocidade em Brands Hatch, que haviam aumentado bastante. Porém, a saída de Brands do calendário foi por razões políticas. A FISA (pré FIA) instituiu uma política de contratos de longo tempo, para um circuito por Grand Prix.

Ao contrário de Brands Hatch, Silverstone se situa num grande terreno, podendo receber mais construções, facilidades etc. Então Silverstone e a BRDC (British Racing Drivers’ Club) assinaram um contrato de 7 anos com a Fórmula 1, assegurando a prova até 1993.

Silverstone está no calendário da F1 até hoje, sem dúvida é um dos templos do automobilismo mundial. Em 7 de dezembro de 2009 foi assinado um contrato de 17 anos, para Silverstone sediar o GP da Inglaterra de F1. Portanto, o GP Inglês está assegurado no circuito até 2026.

O circuito de Silverstone fica entre os condados de Northamptonshire e Buckinghamshire, mais precisamente próximo dos vilarejos de Silverstone e Whittlebury.

Sempre foi um circuito de alta velocidade, e passou por algumas modificações no traçado no decorrer dos anos. O atual traçado começou a ser usado no GP de 2010, sendo chamado de Arena Grand Prix Circuit. Em 2011 foi alterado o local dos pits e a reta de chegada, entre as curvas Club e Abbey, e é usado até hoje.

Os traçados de Silverstone:

Traçados de 1950 a 1951, e de 1952 a 1974.....diferença apenas na linha de largada e a adição do nome Farm Straight

Traçados de 1975 a 1985, e de 1987 a 1990

Traçados de 1991 a 1993, e de 1994 a 1995

Traçados de 1996, e de 1997 a 2009......diferenças apenas nas curvas Copse e Luffield

Traçado em 2010

Traçado de 2011 até hoje, houve a mudança na reta de chegada e na posição dos boxes, obviamente......é o chamado Arena Grand Prix Circuit

Alguns outros momentos marcantes nos GPs ingleses:

1973: houve uma largada com um grande acidente, que envolveu 9 carros. Quase completando a primeira volta, o sul-africano Jody Scheckter perde o controle de sua McLaren, bate no muro do lado interno da pista, e volta para o meio, e então começou o múltiplo acidente com mais 8 carros, dentre eles o brasileiro José Carlos Pace. O fato mais grave foi com o italiano Andrea de Adamich, que quebrou seu tornozelo, o que encerrou sua carreira na Fórmula 1.

Vejam a largada, a 1ª volta e o acidente:




1985: neste ano houve a pole com a maior média de velocidade, feito do finlandês Keke Rosberg com sua Williams. Ele registrou 1:05.591, com média de 258,983 km/h. Um recorde que durou até 2002, quando o colombiano Juan Pablo Montoya fez a pole em Monza, com média de 259,827 km/h. Montoya bateu seu próprio recorde em 2004, também em Monza, na 1ª parte da qualificação, quando registrou uma volta com média de 262,242 km/h.

1999: durante a prova o alemão Michael Schumacher teve um grave acidente na curva Stowe, na 1ª volta da prova, em que quebrou sua perna, perdendo quase todo o restante da temporada.

Vejam no video




2003: nesta prova houve um fato inusitado. Na 11ª volta os carros estavam saindo da curva Becketts, indo para a Reta do Hangar, quando o padre Cornelius Horan invadiu a pista, vestido de kilt e com um banner na mão onde estava escrito “Leia a Bíblia. A Bíblia sempre está correta”.

Os carros tinham que desviar dele, mas o safety car teve de ser acionado. Um fiscal de pista conseguiu retirá-lo. Posteriormente, o padre doido foi sentenciado a 2 meses de prisão.

Vejam a doideira:



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