por
Carlos E. Werlang
Foi
recompensador para quem esperou por uma abertura de campeonato
movimentada. A primeira prova do ano teve várias trocas de posições,
acirradas batalhas internas, diferentes estratégias em relação aos
pneus e um tenebroso acidente envolvendo Fernando Alonso. O GP da
Austrália ainda viu Romain Grosjean conseguir os primeiros pontos da
estreante norte-americana Haas.
Nada
mal para a primeira corrida, a menos que você fosse Daniel Kvyat.
Para o piloto da Red Bull não foi possível nem alinhar seu carro no
grid de largada. Isso além de causar uma nova volta de formação,
confirmou o azar que o russo tem em Melbourne, tirando-o antes mesmo
do início.
Mais
afortunados foram os pilotos da Ferrari que largaram bem e usaram os
erros de Nico Rosberg e Lewis Hamilton para assumir as posições 1 e
2, Sebastian Vettel seguido por Kimi Raikkonen. O atual bicampeão
Hamilton teve seu espaço fechado por Rosberg, caindo para a posição
6, sendo ultrapassado por Max Verstappen e Felipe Massa. O alemão da
Mercedes era o terceiro. Carlos Sainz vinha na posição 7 seguido
pela Force India de Nico Hulkenberg. O alemão havia tomado a posição
do piloto da casa, Daniel Riccardo, que agora se defendia da McLaren
de Fernando Alonso, completando o Top 10 onde todos, com exceção de
Hulkenberg, corriam com pneus vermelhos supermacios.
Nas
primeiras 12 voltas, Hamilton passou Massa; Riccardo passou
Hulkenberg e Massa chegando a posição 6. O espanhol da Toro Rosso
foi para o boxe, promovendo uma posição para Alonso e Sergio Perez
e sua Force India, agora na posição 10. Valteri Bottas que largou
em décimo sexto, vinha de pneus amarelos macios já na posição 12,
depois de uma brilhante luta defensiva do estreante Jolyon Palmer. O
novato da Renault mostrou muita habilidade.
A essa altura, as trocas de pneus iam mudando a ordem de colocação. Até que na volta 17 o piloto da Haas, Esteban Gutierrez, foi atropelado pela McLaren de Alonso, que atingiu o muro como um projétil depois de passar por cima da roda do mexicano, capotando mais duas vezes ao atingir a área de escape de brita, parando apenas no fim das barreiras de pneus do outro lado. A terrível cena do McLaren destruída foi aliviada pela saída do espanhol andando, mesmo que meio tonto. Um visual impressionante.
Com o acidente, a bandeira vermelha foi empregada paralisando a prova, prejudicando alguns e beneficiando outros. Esse momento foi crucial para a decisão da corrida, já que os pilotos e equipes puderam trocar de pneus e trabalhar em seus carros antes da relargada. A ordem do Top 10 era: Vettel (supermacios), Rosberg (médios), Raikkonen (supermacios), Riccardo (macios), Verstappen (macios), Sainz (macios), Hamilton (médios), Massa (médios), Grosjean (médios), Hulkenberg (médios). Quem optou pelos compostos mais macios apostou errado, pois tiveram que fazer nova troca.
Logo
após a relargada, Raikkonen teve que abandonar com seu motor em
chamas. Não demorou muito para que ficasse claro que a melhor
escolha havia sido pelos pneus médios. E embora as duas Mercedes e
Williams, Grosjean, Hulk, e Palmer tivessem que rodar quase 40 voltas
com os mesmos pneus, eles foram os maiores favorecidos. Quando Vettel
parou nos boxes, o Top 3 definiu-se com Rosberg e Hamilton, seguidos
pela Ferrari. Em seguida vinha Riccardo, numa excelente recuperação,
passando de novo por Massa, o brasileiro agora na posição 5. Em
sexto estava a Haas do suíço Grosjean, numa excelente performance
(valendo-se do fato de não ter parado nenhuma vez, trocando de pneus
durante a interrupção), seguido da Force India de Hulkenberg e da
Williams de Bottas. As Toro Rosso também pararam e voltaram atrás
de Palmer, este na posição 9. Sainz e Verstappen proporcionaram um
show a parte.
Uso dos pneus |
Nas demais posições tivemos Kevin Magnussen e sua Renault, num bom esforço de recuperação já que na primeira volta teve um pneu furado; a Force India de Sergio Perez com a corrida comprometida por causa da bandeira vermelha; Jenson Button, mais um dos prejudicados pela má escolha de pneus, frustrando a tentiva de pontos da McLaren; o brasileiro Felipe Nasr, que pouco pode fazer com seu carro, embora tenha sido a única Sauber a terminar a prova; e por fim o estreante Pascal Wehrlein, que no começo da corrida chegou a ocupar a posição 14 e foi o único carro da Manor a cruzar a linha de chegada.
Nas
considerações finais ressaltamos:
-
a importância desta vitória para Rosberg, impedindo que Hamilton saísse na frente já de início;
-
Sebastian Vettel parece ter carro para brigar por posições melhores do que o terceiro lugar, embora a Ferrari tenha saído com vantagem de apenas um ponto para a Williams, uma das únicas três equipes a colocar os 2 pilotos na zona dos pontos;
-
os dois jovens pilotos da Toro Rosso dão a indicação de que serão protagonistas de momentos interessantes nesta temporada;
-
as boas estreias de Palmer e Wehrlein;
-
a fase esquisita em que vive Fernando Alonso, não podendo de jeito nenhum ser chamado de azarado;
-
os primeiros pontos conseguidos para a Haas com o talento de Grosjean.
Segue
a classificação dos pilotos e escuderias.
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