* por Carlos Werzel Júnior
Chegamos à Fórmula 1!
Chegamos à Fórmula 1!
O 1º
Grande Prêmio da Espanha na F1 foi realizado em 1951, no circuito de Pedralbes,
e foi a prova que encerrou o campeonato daquele ano. Pedralbes era um circuito
de rua, montado na cidade de Barcelona, e tinha 6.316 metros. O recorde de
volta nesse circuito foi em 1951 mesmo, onde Alberto Ascari fez a pole position
com 2:10.59 minutos, média de 174,11 km/h.
Segue
abaixo um vídeo da prova de 1951 em Pedralbes:
Estavam
previstas provas em Pedralbes nos anos de 1952 e 1953, mas houve o cancelamento
por falta de dinheiro. Em 1954 houve mais um GP em Pedralbes, novamente
finalizando a temporada daquele ano.
Em
1955, com o desastre das 24 Horas de Le Mans (houve um terrível acidente em que
83 espectadores e o piloto Pierre Levegh faleceram, e mais 120 pessoas ficaram
feridas), algumas provas na Fórmula 1 foram canceladas, incluindo Pedralbes,
por segurança. Em Pedralbes o público podia ficar muito próximo da pista.
O GP
da Espanha retorna em 1967, com uma prova extra campeonato no circuito de
Jarama. Em 1968 Jarama entra no campeonato oficial da Fórmula 1, e foi a
primeira prova após a morte do grande piloto escocês Jim Clark.
Jarama
é um circuito permanente, possuía 3.404 metros (em 1981 foi encurtado para
3.312 metros) e fica ao norte de Madrid. O recorde de volta foi em 1979, com a
pole position do francês Jacques Laffite, de Ligier, quando registrou 1:14.50
min., com média de 164,48 km/h.
Mapa completo de Jarama, com os 3 traçados que a pista já teve |
Em
1981, com uma leve redução do traçado de Jarama (foi diminuído para 3.312
metros, como já escrito acima), houve um dos finais mais sensacionais da
história da Fórmula 1! Os 5 primeiros colocados ficaram separados por apenas
1,24 segundo! Venceu Gilles Villeneuve (Ferrari), seguido por Jacques Laffite
(Ligier), John Watson (McLaren), Carlos Reutemann (Williams) e Elio de Angelis
(Lotus). Aliás, este foi o último GP em Jarama, e a última vitória de Gilles
Villeneuve, que infelizmente viria a falecer no ano seguinte.
Abaixo
segue um vídeo desta disputa:
Jarama,
então, apareceu no calendário da F1 em 1968, e foi acordado que haveria
alternância entre este circuito apertado, lento e sinuoso com o circuito de Montjuïc,
largo, e metade rápido, metade lento.
Em
Jarama foram 9 provas oficiais na Fórmula 1, nos anos de 1968, 1970, 1972,
1974, de 1976 a 1979 e em 1981.
Montjuïc
foi um circuito de rua, também localizado na cidade de Barcelona. Sua extensão
era de 3.790 metros, e ele era anti-horário. A volta mais rápida foi do sueco
Ronnie Peterson, com sua pole position no GP de 1973, de 1:21.8 min., com média
de 166,79 km/h. É considerado um dos melhores circuitos da história da Fórmula
1.
Foram
realizados 4 Grande Prêmios Espanhóis no circuito de Montjuïc, nos anos de
1969, 1971, 1973 e 1975.
O
último GP lá foi em 1975, devido a um acidente com consequências fatais. Antes
da corrida em si, pilotos que eram membros da GPDA (Associação de Pilotos)
estavam furiosos, pois os guard-rails não estavam fixados apropriadamente. Eles
ameaçaram não correr.
O
pessoal da organização da prova trabalhou à noite para fixar os guard-rails.
Porém, alguns pilotos ainda não estavam convencidos. Emerson Fittipaldi foi o
único piloto que não correu, voltando para sua casa.
Vários
pilotos bateram durante a prova, e o acidente mais grave foi do alemão Rolf
Stommelen, quando, na 25ª volta, a asa traseira da sua Embassy Hill se soltou,
na reta de chegada, e o carro do alemão ricocheteou e bateu do outro lado da
pista, por fim vindo a voar sobre o público. Cinco espectadores faleceram, e
Stommelen quebrou a perna, pulso e 2 costelas.
Veja o
vídeo abaixo, no momento em que a asa do carro de Stommelen se solta (não há
imagem do acidente em si):
A
prova continuou por mais 4 voltas, e os organizadores decidiram encerrá-la. Foi
a única vitória do alemão Jochen Mass em sua carreira. E esta prova teve um
fato marcante, pois Lella Lombardi se tornou a única mulher a pontuar na
Fórmula 1, chegando no 6º lugar, com sua March, a 2 voltas do líder, marcando
0,5 ponto (pois a prova terminou antes de se completar 75% das voltas, então
cada piloto ganhou a metade dos pontos).
Após
este episódio, o circuito de Montjuïc não foi mais utilizado, e como dito
acima, o GP Espanhol foi realizado posteriormente no circuito de Jarama, de
1976 a 1979, e em 1981. Em 1980 havia a ‘guerra’ entre FISA (a antiga FIA) e a
FOCA (Associação de Construtores da F1). As equipes não afiliadas à FOCA
(Renault, Ferrari e Alfa Romeo) não participaram da prova, e na manhã de
treinos na sexta, o então presidente da FISA, Jean-Marie Ballestre, anunciou
que o GP da Espanha de 1980 não contaria pontos para o campeonato oficial.
Acabou sendo considerada como prova extra-campeonato.
Após
1981 Jarama não foi mais utilizada na Fórmula 1, e apenas em 1986 retorna o GP
da Espanha, desta vez no circuito de Jerez de la Frontera.
Jerez
é um circuito permanente, tinha 4.218 metros de extensão e fica ao sul da
Espanha, na cidade de Jerez de la Frontera. O recorde de volta foi em 1990, com
a pole position de Ayrton Senna, com a McLaren, quando registrou 1:18.387 min.,
com média de 193,71 km/h.
Circuito de Jerez, com o traçado antigo (em cinza, após a curva 4) |
Como
Grande Prêmio da Espanha, tivemos 5 provas em Jerez na F1, de 1986 a 1990. Em
1994 e 1997 houve mais 2 provas em Jerez na F1, mas foram como GP da Europa.
Em
1986 aconteceu um dos finais mais incríveis da Fórmula 1. Ayrton Senna venceu a
prova com sua Lotus, e em 2º ficou Nigel Mansell, de Williams, a 0,014 segundo
(14 milésimos de segundo)!
Abaixo
vemos em vídeo essa disputa incrível!
Em
1990, nos treinos para o GP, houve o grave acidente do norte-irlandês Martin
Donnely, da equipe Lotus, em que ele e o banco do carro foram ejetados. Donnely
sofreu várias fraturas, contusões no cérebro e no pulmão, mas incrivelmente
sobreviveu. Por outro lado, encerrou sua carreira na Fórmula 1.
Este
acidente mais a remota localização do circuito (no sul da Espanha),
contribuíram para mais uma mudança de circuito, para o GP Espanhol.
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