terça-feira, 26 de julho de 2016

#15 - Grande Prêmio da Alemanha (parte 2)

* por Carlos Werzel Júnior

(cont.)

Mais alguns fatos interessantes que ocorreram no GP da Alemanha:

- o GP de 1985, em Nürburgring, foi o 1º em que uma câmera onboard foi usada em um carro de F1, numa corrida, que foi na Renault de François Hesnault. Essa prova também marcou a última vez em que uma equipe usou 3 carros numa corrida da F1, foi a equipe Renault (além de Hesnault, Derek Warwick e Patrick Tambay correram pela equipe francesa).
- no GP de 1995, em Hockenheim, Michael Schumacher se tornou o 1º alemão a vencer em casa, desde a vitória de Rudolf Caracciola em 1939.

Hockenheimring Baden-Württemberg é um circuito situado no vale do rio Reno, perto da cidade de Hockenheim, no estado de Baden-Württemberg. Foi originalmente construído em 1932, usando estradas em uma floresta.

Primeiro foi usado para corridas de motos, e depois foi expandido para ser usado como pista de testes da Mercedes-Benz e da Auto Union. Em 1938 o circuito foi renomeado para Kurpfalzring, e este nome foi usado até 1947.

Em 1965 uma nova versão do circuito de Hockenheim foi construída, com o Motodrom, a chamada seção do “estádio”. Em 1968, o escocês Jim Clark falece em uma corrida de Fórmula 2 no circuito, e 2 chicanes rápidas são adicionadas ao traçado.

Em 1982 uma outra chicane foi adicionada à Ostkurve, após o acidente fatal de Patrick Depailler em 1980, e a 1ª chicane foi também modificada, ficando mais lenta.

O antigo traçado de Hockenheim, adorado por muitos fãs da F1, tinha 6.823 metros, e possuía 4 longas retas (de cerca de 1,3 km cada uma), separadas por chicanes, e a chamada seção do “estádio”, mais lento. As retas cortavam a Floresta Negra.

Em 2002, a FIA mudou o traçado de Hockenheim, sendo tirada toda a parte da Floresta Negra. O circuito passou a ter 4.574 metros. Particularmente para este que escreve, perdeu toda a graça do circuito...

Traçados de Hockenheim:
1 - de 1970 a 1981;
2 - de 1982 a 1989, foi adicionada uma chicane à Ostkurve;
3 - 1990 e 1991, foi modificada a Ostkurve;
4 - 1992 e 1993, novamente modificada a Ostkurve;
5 - 1994 a 2001, foram modificadas 2 chicanes;
6 - de 2002 até hoje, traçado atual

Como escrito, o atual circuito de Hockenheim tem 4.574 metros, fica em um autódromo, é de média alta velocidade e no sentido horário. Possui 16 curvas, sendo 10 para a direita, e 6 para a esquerda.

Hockenheim possui contrato com a FOM até 2018, para sediar o GP da Alemanha.

Até hoje foram disputados 75 GP’s da Alemanha, em toda sua história, sendo 12 antes da 2ª Guerra Mundial, e 63 provas na Fórmula 1. Das 63, foram 2 extra-campeonato, 1 no circuito de AVUS, 26 em Nürburgring e 34 em Hockenheim.

Na história do GP Alemão o maior vencedor é um piloto pré 2ª Guerra Mundial. O alemão Rudolf Caracciola venceu 6 vezes, nos anos de 1926, 1928, 1931, 1932, 1937 e 1939 (em todos os anos de Mercedes, exceto em 1932 que foi de Alfa Romeo).

Em 2º lugar está outro alemão, Michael Schumacher, com 4 triunfos, nos anos de 1995 (Benetton), 2002, 2004 e 2006 (as 3 de Ferrari). Todas em Hockenheim.

Na 3ª posição, com 3 vitórias, temos 6 pilotos, dentre eles os brasileiros Nelson Piquet (1981 [Brabham], 1986 e 1987 [ambas de Williams]) e Ayrton Senna (1988, 1989 e 1990 [todas de McLaren]). Também entre eles está Fernando Alonso, com as vitórias em 2005 (Renault), 2010 e 2012 (ambas de Ferrari).

E na 4ª posição, com 2 vitórias, há 7 pilotos, dentre eles Lewis Hamilton, nos anos de 2008 e 2011 (ambas de McLaren, e nos circuitos de Hockenheim e Nürburgring, respectivamente).

A equipe com maior número de vitórias é a Ferrari, com 22 vitórias, nos anos de 1950, 1951, 1952, 1953, 1956, 1959, 1963, 1964, 1972, 1974, 1977, 1982, 1983, 1985, 1994, 1999, 2000, 2002, 2004, 2006, 2010 e 2012.
Em 2º lugar estão a Mercedes e a Williams, com 9 vitórias cada. A Mercedes nos anos de 1926, 1927, 1928, 1931, 1937, 1938, 1939, 1954 e 2014, enquanto a Williams em 1979, 1986, 1987, 1991, 1992, 1993, 1996, 2001 e 2003.
Em 3º lugar está a McLaren, com 8 triunfos, nos anos de 1976, 1984, 1988, 1989, 1990, 1998, 2008 e 2011.

Apenas em Hockenheim o maior vencedor é Michael Schumacher, com 4 vitórias, em 1995 (Benetton), 2002, 2004 e 2006 (as 3 de Ferrari), como já referido acima.

Em 2º, com 3 vitórias, estão Nelson Piquet (1981 [Brabham], 1986 e 1987 [ambas de Williams]), Ayrton Senna (1988, 1989 e 1990 [todas de McLaren]), e Fernando Alonso (2005 [Renault], 2010 e 2012 [ambas de Ferrari]).

Dentre os outros pilotos atuais, Lewis Hamilton tem uma vitória (2008, de McLaren), e Nico Rosberg tem uma também (2014, de Mercedes).

A equipe com maior nº de vitórias em Hockenheim é a Ferrari, com 11 no total (1977, 1982, 1983, 1994, 1999, 2000, 2002, 2004, 2006, 2010 e 2012).
Em 2º está a Williams com 9 vitórias (1979, 1986, 1987, 1991, 1992, 1993, 1996, 2001 e 2003).
Na 3ª posição está a McLaren, com 6 vitórias (1984, 1988, 1989, 1990, 1998 e 2008).

Os pilotos com maior número de pole positions (três cada) são Alain Prost (1981 [Renault], 1984 [McLaren] e 1993 [Williams]), Nigel Mansell (1987, 1991 e 1992 [todas de Williams]) e Ayrton Senna (1988, 1989 e 1990, todas de McLaren, o único piloto com 3 poles consecutivas em Hockenheim).

Os pilotos atuais com poles em Hockenheim são:
- Kimi Räikkönen, com duas, em 2005 e 2006, ambas na McLaren;
- Lewis Hamilton, com uma, em 2008, de McLaren;
- Sebastian Vettel, com uma, em 2010, de Red Bull;
- Fernando Alonso, com uma, em 2012, de Ferrari;
- Nico Rosberg, com uma, em 2014, de Mercedes.

A volta mais rápida no atual circuito foi do alemão Michael Schumacher, de Ferrari, em 2004, que foi a pole position naquele ano. Ele registrou 1’13.306 min., com média de 224,625 km/h.


A 12ª prova da temporada 2016 da F1 será a 35ª em Hockenheim na Fórmula 1 (76ª na história do GP Alemão, e 64ª na Fórmula 1, se considerarmos as 2 provas extra-campeonato em 1950 e 1960), terá 67 voltas, e será disputada no dia 31 de julho.

#15 - Grande Prêmio da Alemanha (parte 1)

* por Carlos Werzel Júnior

É uma prova automobilística anual realizada em quase todos os anos desde 1926. Ela tem uma história estável dentre os Grand Prix mais velhos, tendo sido realizada em 3 circuitos apenas: Nürburgring, Hockenheimring e AVUS.

O primeiro Grand Prix oficial na Alemanha foi realizado em 1926, no circuito de AVUS, e os subsequentes, ainda antes da 2ª Guerra Mundial, foram realizados em Nürburgring. De 1927 a 1929 no circuito Nürburgring Gesamtstrecke (circuito combinado de mais de 28 quilômetros), e depois em Nürburgring Nordschleife (um pouco mais curto, com quase 23 quilômetros).

O grande piloto neste período pré 2ª Guerra Mundial foi o alemão Rudolf Caracciola, que detém o recorde de vitórias no Grand Prix Alemão, com 6 triunfos, todos de Mercedes. Aliás, Caracciola foi um dos grandes pilotos pré 2ª Guerra Mundial na história do automobilismo!

Após a 2ª Guerra Mundial o GP Alemão só foi incluído na Fórmula 1 em 1951, no circuito Nürburgring Nordschleife, que ficou no calendário até 1958. Apenas em 1955 não houve GP da Alemanha devido ao desastre das 24 Horas de Le Mans daquele ano.

Em 1959 o GP da Alemanha foi transferido para o veloz circuito de AVUS (Automobil-Verkehrs- und Übungsstraße). AVUS tinha 8.300 metros, sendo 2 longas retas de 4 km cada, um hairpin numa ponta, e na outra um “banking”, uma curva com inclinação de 43º (para comparação, o circuito de Daytona tem curvas de 31º), que era conhecida como “O Muro da Morte”. O piloto francês Jean Behra faleceu em uma prova de Fórmula 2, antes da prova da F1, ao perder o controle do seu carro na curva inclinada, voou para fora da pista e bateu a cabeça em um poste.


A corrida em AVUS foi atípica, pois os pilotos disputaram 2 baterias, num total de 60 voltas. Foi a única prova disputada em AVUS, pois era um circuito muito perigoso. Em 1960 volta para Nürburgring, no circuito Sudschleife, mais curto, mas houve apenas uma prova de Fórmula 2, devido à reclamações de alguns pilotos sobre o perigo e velocidade de AVUS.

Em 1961 o GP Alemão volta à F1 no circuito Nürburgring Nordschleife. As provas de Fórmula são disputadas lá até 1969. Em 1967 foi adicionada uma chicane logo antes da reta dos boxes, por segurança.

As velocidades na Fórmula 1 haviam aumentado bastante, e após o falecimento do piloto inglês Piers Courage no GP da Holanda de 1970, a GPDA (Grand Prix Drivers’ Association) reuniu-se em um hotel, pois, por falta de segurança, os pilotos não queriam mais correr em Nürburgring Nordschleife.

As mudanças que os pilotos pediram foram recusadas pelos donos do circuito Nürburgring Nordschleife, e o GP Alemão de 1970 foi realizado em Hockenheimring.

Em 1971 o GP da Alemanha volta a Nürburgring Nordschleife, com o mesmo traçado, mas com mais segurança. Neste ano Jackie Stewart chamou o circuito de “Green Hell” (inferno verde).

Em 1975 Niki Lauda se torna o único o piloto a completar uma volta no circuito de 22,8 km abaixo dos 7 minutos! Em 1976 acontece o último GP em Nürburgring Nordschleife, pois houve o grave acidente de Niki Lauda, que quase o matou.

Assim acabariam as provas da Fórmula 1 no grande circuito Nürburgring Nordschleife, que era bastante desafiador, perigoso, tinha cerca de 170 curvas (!!), tinha saltos (os carros literalmente voavam) ao menos em 2 trechos, e que vitimou alguns pilotos (para não escrever vários).

O traçado usado até 1966
O traçado usado de 1967 até 1976, única diferença é a chicane logo antes da reta dos boxes
A F1 vai para Hockenheim, onde são disputadas provas de 1977 a 1984. Em 1985 o GP Alemão acontece em Nürburgring, mas num circuito remodelado, bem mais curto, com 4.556 metros.

O traçado de 1985

Com a política da FISA (pré FIA) de firmar longos contratos de uma pista por Grande Prêmio, em 1986 o GP Alemão volta a ser realizado em Hockenheim, até o ano de 2006.

Não houve GP da Alemanha em 2007 (houve o GP da Europa em Nürburgring). De 2008 em diante Hockenheim e Nürburgring revezam no GP Alemão. A exceção foi em 2015, em que o GP foi cancelado.

Traçado usado até 2001, mudaram os nomes de algumas curvas em relação ao traçado de 1985
Traçado usado de 2002 até hoje

Alguns momentos marcantes (dentre os vários) no GP Alemão (na história):

1957: neste GP houve, talvez, a maior vitória do pentacampeão Juan Manuel Fangio. Ele decidiu largar com pneus mais moles e meio tanque de combustível, para ir mais rápido que os outros, especialmente as Ferraris de Mike Hawthorn e Peter Collins.
A prova tinha 22 voltas (foi em Nürburgring), e na volta 13 Fangio parou para um pit stop, tendo uma vantagem de 30 segundos para Hawthorn.
O pit foi um desastre, e Fangio saiu dos boxes a cerca de 48 segundos atrás do 2º colocado, Peter Collins.
Nas últimas 10 voltas que restavam, Fangio quebrou o recorde de volta por 9 vezes, sendo 7 seguidas (só para termos uma ideia, na 1ª volta após o pit, Fangio diminuiu a vantagem para o líder em 15 segundos!!).
Na penúltima volta Fangio não só encostou nos 2 líderes, como os ultrapassou, e conseguiu uma magnífica vitória!
Fangio, após a prova, disse “Eu nunca dirigi tão rápido em minha vida, e eu não acho que serei capaz de fazer isso novamente”.


1976: no último GP realizado no circuito de Nürburgring Nordschleife, na 2ª volta houve o grave acidente de Niki Lauda. Seu carro pegou fogo, e ainda foi atingido por Harald Ertl e Brett Lunger. Estes 2 pilotos, mais Guy Edwards e Arturo Merzario, desceram de seus carros para ajudar Lauda a sair do seu carro em chamas.
Lauda sofreu graves queimaduras e foi levado ao hospital, onde lutou por sua vida.
Incrivelmente, 6 semanas depois Lauda volta a disputar o campeonato da F1 em 1976, porém perde o título para James Hunt. Mas sua recuperação foi algo impressionante!



1982: já em Hockenheim, neste ano houve o famoso incidente entre Nelson Piquet e o chileno Eliseo Salazar.
Na 18ª volta, Piquet liderava a prova, e iria dar uma volta no retardatário Salazar, de ATS. Mas ao chegarem na então nova chicane Ostkurve, Salazar não deu espaço para Piquet, e os 2 bateram.
O resultado vemos no vídeo!



2000: Rubens Barrichello consegue sua 1ª vitória na Fórmula 1! E que vitória.
Rubens largou em 18º, e já ao final da 1ª volta estava em 10º. Chegou a estar em 3º quando fez seu pit stop.
Houve 2 safety cars, um pois um homem (ex funcionário da Mercedes Benz) protestou contra sua demissão, e o outro por um acidente entre Jean Alesi e Pedro Paulo Diniz.
Na volta 33 começa a chuva, e vários pilotos pararam nos boxes para colocarem pneus para chuva. Barrichello decidiu permanecer com os pneus para pista seca, até porque a maioria do traçado ainda estava seco, só o trecho do chamado “estádio” e a reta dos boxes estavam molhados.

E a aposta deu certo!


terça-feira, 19 de julho de 2016

#14 - Grande Prêmio da Hungria (parte 2)

* por Carlos Werzel Júnior

(cont.)

Fora os momentos marcantes na 1ª parte do texto, no GP da Hungria ocorreu ainda:

- em 1987 Mansell teve um pneu furado no final da prova;
- em 1993 aconteceu a 1ª vitória de Damon Hill na Fórmula 1;
- em 1997 houve a “quase” vitória de Damon Hill, pela Arrows;
- em 2001, Michael Schumacher igualou a Alain Prost em nº de vitórias, 51;
- em 2003 aconteceu a 1ª vitória de Fernando Alonso na F1, que foi também a 1ª vitória de um piloto espanhol na categoria;
- em 2006 ocorreu a 1ª vitória de Jenson Button na categoria, que, aliás, foi a 1ª prova abaixo de chuva na Hungria;
- em 2008 a vitória foi do finlandês Heikki Kovalainen, que se tornou o 100º piloto vencedor na Fórmula 1;
- em 2010 houve a sensacional ultrapassagem de Rubens Barrichello sobre o alemão Michael Schumacher na reta dos boxes, mesmo passando a centímetros do muro, já que Schumacher o espremeu no muro;
- por fim, também em GP’s Húngaros houve as estreias de 2 pilotos, como 1º piloto de seus países na F1: o húngaro Zsolt Baumgartner em 2003, e o polonês Robert Kubica em 2006.

O circuito de Hungaroring inicialmente tinha 4.014 metros, e era bem mais lento (tinha 2 curvas a mais), com médias de 159 a 164 km/h. Assim foi até 1988. Já em 1989 foi modificado o traçado, que ficou mais rápido (porém ainda de baixa velocidade), tendo 3.975 metros, isto até 2002.

O atual circuito, que começou a ser utilizado em 2003, tem 4.381 metros, fica em um autódromo permanente, é de média baixa velocidade e no sentido horário. Possui 14 curvas, sendo 8 para a direita e 6 para a esquerda.


Os 3 traçados que Hungaroring já teve: o , mais lento, tinha 2 curvas a mais (a chamada curva "3", em verdade eram 3 curvas), foi usado de 1986 a 1988; o 2º traçado foi usado de 1989 a 2002; e o último traçado, usado até hoje, no qual a reta dos boxes foi alargada, foi alterada a curva 1, e também o trecho entre as curvas 10 e 12

Duas curvas possuem nomes: a curva 4 é a Nigel Mansell, isso depois que o piloto inglês teve problema em seu pneu no GP de 1987. E a curva 11 é a Jean Alesi, após o piloto francês ter sofrido um forte acidente nos treinos do GP de 1995.

Vejam o acidente de Jean Alesi em 1995 (lá por 5:23 do video):

No GP de 2013 foi anunciado que a Hungria continuará no calendário da F1 até 2021. E neste ano de 2016 foi feito o anúncio de uma extensão no contrato com o GP Húngaro por mais 5 anos. Portanto, o GP da Hungria está garantido até 2026!

Até hoje foram disputados 30 GP’s da Hungria na Fórmula 1.

Os maiores vencedores são Michael Schumacher e Lewis Hamilton, com 4 vitórias cada. O alemão venceu em 1994 (Benetton), 1998, 2001 e 2004 (as 3 de Ferrari); enquanto o inglês subiu ao mais alto lugar do pódio nos anos de 2007, 2009, 2012 (as 3 de McLaren) e 2013 (Mercedes).

Em 2º lugar, com 3 vitórias, está o brasileiro Ayrton Senna, nos anos de 1988, 1991 e 1992, todas na McLaren.

Na 3ª posição, com 2 vitórias, temos 5 pilotos, dentre eles o inglês Jenson Button, com seus triunfos em 2006 (Honda) e 2011 (McLaren).

Já quanto às equipes, a maior vencedora é a McLaren, com 11 conquistas, nos anos de 1988, 1991, 1992, 1999, 2000, 2005, 2007, 2008, 2009, 2011 e 2012.
Em 2º lugar está a Williams, com 7 vitórias (1986, 1987, 1990, 1993, 1995, 1996 e 1997), e em 3º a Ferrari com 6 vitórias (1989, 1998, 2001, 2002, 2004 e 2015).

O piloto com maior número de pole positions é Michael Schumacher, com 7 ao todo, nos anos de 1994, 1996, 1997, 2000, 2001, 2004 e 2005.

Em 2º lugar está Lewis Hamilton, com 5 poles na Hungria, nos anos de 2007, 2008, 2012, 2013 e 2015.

Os outros pilotos atuais com poles em Hungaroring são:
- Fernando Alonso, com duas, em 2003 e 2009, ambas na Renault;
- Sebastian Vettel, com duas, em 2010 e 2011, ambas na Red Bull;
- Kimi Raikkonen, com uma, em 2006, de McLaren;
- Nico Rosberg, com uma, em 2014, de Mercedes.

A volta mais rápida no atual circuito foi do alemão Sebastian Vettel, de Red Bull, em 2010, que foi a pole position naquele ano. Ele registrou 1’18.773 min., com média de 200,216 km/h.

A 11ª prova da temporada 2016 da F1 será a 31ª em Hungaroring na Fórmula 1 (32ª na história do GP Húngaro, se considerarmos a prova de 1936, em Népliget), terá 70 voltas, e será disputada no dia 24 de julho.

#14 - Grande Prêmio da Hungria (parte 1)

* por Carlos Werzel Júnior

É uma prova automobilística que está na Fórmula 1 desde 1986.

Todavia, a primeira corrida realizada na Hungria foi em 1936, num circuito de 5 quilômetros, localizado em Népliget, um parque em Budapeste. Porém, a política e a subsequente 2ª Guerra Mundial significaram um fim às corridas de automóveis no país, por 50 anos.

No início dos anos 80, Bernie Ecclestone queria uma corrida na chamada “Cortina de Ferro” (países comunistas). Houve uma proposta de um circuito em Moscou, para um Grande Prêmio da União Soviética. A prova foi incluída provisoriamente no calendário de 1983 da F1, mas barreiras burocráticas impediram a realização da prova.

Um amigo húngaro sugeriu a Bernie uma prova na Hungria. Eles queriam um circuito de rua semelhante ao Circuito de Mônaco, que a princípio seria construído em Népliget (parque de Budapeste), mas o governo local decidiu construir um novo circuito fora da cidade, próximo de uma rodovia.

A construção do circuito iniciou em 1º de outubro de 1985, e foi terminado em 8 meses, tendo a construção levado menos tempo do que qualquer outro circuito da Fórmula 1.

O circuito é chamado de Hungaroring, e fica na cidade de Mogyoród, uma pequena cidade de pouco mais de 5 mil habitantes, e que está a 18 km de Budapeste.

O 1º GP Húngaro, na F1, foi realizado em 1986 e jamais deixou o calendário. O GP é realizado no meio do verão europeu, e na região do circuito o verão é muito quente e seco. Portanto, é bastante exigente dos pilotos esta prova. O 1º GP realizado lá com chuva foi em 2006!

É um circuito estreito, de baixa velocidade, tem muitas curvas e retas curtas, e também é empoeirado, por ser pouco usado durante o ano. Ou seja, um circuito onde as ultrapassagens são bem difíceis de acontecer, mas não impossíveis.

Alguns momentos marcantes do GP da Hungria:

1986: já no primeiro GP na Fórmula 1, tivemos a épica batalha entre os brasileiros Nélson Piquet e Ayrton Senna! Abrindo a volta 54, Piquet tentou ultrapassar Senna na freada da 1ª curva, mas freou tarde demais, e Senna voltou à liderança.
Mas duas voltas depois, não teve jeito, Senna deixou o lado de fora para Piquet, que assim mesmo o ultrapassou, inclusive dirigindo meio de lado, como um kart. Bela ultrapassagem!

Vejam nos videos abaixo, primeiro a tentativa sem êxito de Piquet, depois a ultrapassagem histórica!



1989: Nigel Mansell, de Ferrari, larga em 12º e vence a prova, após uma grande ultrapassagem em Ayrton Senna.



1998: Michael Schumacher obteve uma grande vitória, pois mudou a estratégia de pit-stops no meio da prova, conseguindo assim bater as McLarens de Coulthard e Hakkinen.

Abaixo um video com melhores momentos desta prova




2009: na 2ª parte da qualificação (o Q2) Felipe Massa sofreu um grave acidente. Na reta entre as curvas 3 e 4, ele foi atingido por uma mola, que saiu do carro de Rubens Barrichello, atingindo o capacete de Massa, acima do seu olho esquerdo. Massa ficou inconsciente e bateu na proteção de pneus na curva 4. Acabou indo para o hospital, onde fez cirurgia, mas depois de alguns dias começou a se recuperar.

Segue abaixo um video com este incidente, narrado em francês

terça-feira, 5 de julho de 2016

#13 - Grande Prêmio da Inglaterra (última parte)

* por Carlos Werzel Júnior

Já houve 66 GP’s da Inglaterra na Fórmula 1, e 70 na história do GP Inglês. Dos 66 Grande Prêmios, foram 5 em Aintree, 12 em Brands Hatch e 49 no circuito de Silverstone. Houve 2 GP’s em Brands Hatch e um em Donington Park como GP da Europa.

Não foi escrito antes, mas também houve várias provas extra-campeonato em Silverstone, na Fórmula 1, até 1980.

Na história do GP Inglês os pilotos que mais venceram foram 2, com 5 vitórias cada: Jim Clark (1962, 1963, 1964, 1965 e 1967 [todos de Lotus]), e Alain Prost (1983 [Renault], 1985, 1989 [essas 2 de McLaren], 1990 [Ferrari] e 1993 [Williams]).

Em 2º está o inglês Nigel Mansell, com 4 vitórias: 1986, 1987, 1991 e 1992, todas na Williams.

Dos atuais pilotos, Lewis Hamilton é o 3º (com mais 3 pilotos), com 3 vitórias: 2008 [McLaren], 2014 e 2015 [ambas de Mercedes].
E Fernando Alonso é o 4º (com mais 8 pilotos), com 2 vitórias: 2006 [Renault] e 2011 [Ferrari].

A equipe com maior número de triunfos no GP Inglês, na história, é a Ferrari, com 15 vitórias: 1951, 1952, 1953, 1954, 1958, 1961, 1976, 1978, 1990, 1998, 2002, 2003, 2004, 2007 e 2011. A McLaren está em 2º, com 14 conquistas: 1973, 1975, 1977, 1981, 1982, 1984, 1985, 1988, 1989, 1999, 2000, 2001, 2005 e 2008.

Apenas em Silverstone o piloto com maior número de vitórias é o francês Alain Prost, com 5 conquistas: 1983 (Renault), 1985 e 1989 (ambas de McLaren), 1990 (Ferrari) e 1993 (Williams).

Em segundo lugar são 4 pilotos, com 3 vitórias:
- Jim Clark: 1963, 1965 e 1967, todas de Lotus;
- Nigel Mansell: 1987, 1991 e 1992, todas de Williams;
- Michael Schumacher: 1998, 2002 e 2004, todas de Ferrari;
- Lewis Hamilton: 2008 (McLaren), 2014 e 2015 (ambas de Mercedes).

Dos outros pilotos atuais Fernando Alonso tem 2 vitórias (2006 [Renault] e 2011 [Ferrari]); Kimi Räikkönen tem 1 vitória (2007, de Ferrari); Sebastian Vettel tem 1 vitória (2009, de Red Bull); e Nico Rosberg tem 1 vitória também, em 2013, de Mercedes.

* Uma curiosidade: apesar de na Fórmula 1 o brasileiro Ayrton Senna ter vencido apenas uma vez em Silverstone, em 1988, ele venceu 6 vezes lá na Fórmula 3, e mais 3 vezes na Fórmula Ford, totalizando 10 vitórias no circuito! Daí surgiu o apelido “Silvastone”! Informação retirada do link http://www.ayrtonsenna.com.br/noticias/a-origem-do-apelido-silvastone/

E as equipes mais vitoriosas em Silverstone são a Ferrari e a McLaren, com 12 vitórias cada. A Ferrari venceu em 1951, 1952, 1953, 1954, 1958, 1990, 1998, 2002, 2003, 2004, 2007 e 2011.
Já a McLaren triunfou em 1973, 1975, 1977, 1981, 1985, 1988, 1989, 1999, 2000, 2001, 2005 e 2008.

Em 2º lugar está a Williams, com 8 vitórias, nos anos de 1979, 1987, 1991, 1992, 1993, 1994, 1996 e 1997.

Com o maior número de pole positions, em Silverstone, são 5 pilotos, com 3 poles cada:
- Jim Clark (1963, 1965 e 1967, as 3 de Lotus);
- Nigel Mansell (1990 [de Ferrari], 1991 e 1992 [ambas de Williams]);
- Damon Hill (1994, 1995 e 1996, as 3 de Williams);
- Fernando Alonso (2005, 2006 [ambas de Renault] e 2012 [de Ferrari]);
- Lewis Hamilton (2007 [de McLaren], 2013 e 2015 [ambas de Mercedes]).

Dos demais pilotos atuais, os que têm pole são:
- Sebastian Vettel, com duas (2009 e 2010, ambas de Red Bull);
Kimi Räikkönen, com uma (2004, de McLaren);
- Nico Rosberg, com uma (2014, de Mercedes).

O circuito de Silverstone, com seu atual traçado (também chamado de Arena Grand Prix Circuit), tem 5.891 metros, está em um autódromo, e é disputado no sentido horário, além de ser de alta velocidade. Possui 18 curvas, sendo 10 para a direita e 8 para a esquerda.

A volta mais rápida no atual circuito foi do inglês Lewis Hamilton, de Mercedes, em 2013, que foi a pole position naquele ano. Ele registrou 1’29.607 min., com média de 236,673 km/h.

A 10ª prova da temporada 2016 da F1 será a 50ª em Silverstone (67ª na história do GP Inglês na F1, e o 71º na história do GP), terá 52 voltas, e será disputada no dia 10 de julho.



#13 - Grande Prêmio da Inglaterra (parte 1)

* por Carlos Werzel Júnior

É uma das provas mais antigas a sediar continuamente uma etapa da Fórmula 1, ao lado do GP da Itália.

O 1º Grande Prêmio foi realizado em 1926, no circuito oval de Brooklands, que fica na cidade de Weybridge, condado de Surrey. Este oval foi construído em 1907.



Houve apenas mais um GP em Brooklands, em 1927. Na década de 1930 houve várias provas não válidas para campeonato algum, no circuito de Donington Park.

Com o início da 2ª Guerra Mundial o oval de Brooklands ficou destruído, e foi abandonado.

A maioria dos então novos circuitos ingleses construídos ficavam em campos de pouso em desuso, da Força Aérea Real inglesa. Silverstone era um destes circuitos, e sediou o primeiro GP Inglês pós-Guerra Mundial, em 1948. Em 1949, o circuito de Silverstone foi bastante modificado, ficando muito mais veloz.

Em 1950, o Campeonato de Fórmula 1 é introduzido no automobilismo mundial, e Silverstone sedia o 1º GP da história da F1. Dentre os espectadores da prova esteve a família real inglesa.

No GP de 1951 aconteceu a 1ª vitória da Ferrari na Fórmula 1, através do argentino José Froilán González.

Silverstone sediou a Fórmula 1 até 1954, pois em 1955 houve alternância com o  circuito de Aintree. Em anos ímpares o GP Inglês foi em Aintree, enquanto que nos anos pares foi realizado em Silverstone. Assim foi até 1961, pois em 1962 foi realizado novamente em Aintree, sendo o último GP Inglês na F1 neste circuito.



Em 1963 o GP da Inglaterra volta a Silverstone, e começa o rodízio com o circuito de Brands Hatch. Silverstone é utilizado nos anos ímpares, e Brands nos pares, isto até 1986. Brands Hatch, assim como Silverstone, acaba se tornando um circuito popular entre os pilotos.

Traçado de 1964 a 1974

Traçado de 1976 a 1986

Algumas pessoas tinham preocupações com as médias de velocidade em Brands Hatch, que haviam aumentado bastante. Porém, a saída de Brands do calendário foi por razões políticas. A FISA (pré FIA) instituiu uma política de contratos de longo tempo, para um circuito por Grand Prix.

Ao contrário de Brands Hatch, Silverstone se situa num grande terreno, podendo receber mais construções, facilidades etc. Então Silverstone e a BRDC (British Racing Drivers’ Club) assinaram um contrato de 7 anos com a Fórmula 1, assegurando a prova até 1993.

Silverstone está no calendário da F1 até hoje, sem dúvida é um dos templos do automobilismo mundial. Em 7 de dezembro de 2009 foi assinado um contrato de 17 anos, para Silverstone sediar o GP da Inglaterra de F1. Portanto, o GP Inglês está assegurado no circuito até 2026.

O circuito de Silverstone fica entre os condados de Northamptonshire e Buckinghamshire, mais precisamente próximo dos vilarejos de Silverstone e Whittlebury.

Sempre foi um circuito de alta velocidade, e passou por algumas modificações no traçado no decorrer dos anos. O atual traçado começou a ser usado no GP de 2010, sendo chamado de Arena Grand Prix Circuit. Em 2011 foi alterado o local dos pits e a reta de chegada, entre as curvas Club e Abbey, e é usado até hoje.

Os traçados de Silverstone:

Traçados de 1950 a 1951, e de 1952 a 1974.....diferença apenas na linha de largada e a adição do nome Farm Straight

Traçados de 1975 a 1985, e de 1987 a 1990

Traçados de 1991 a 1993, e de 1994 a 1995

Traçados de 1996, e de 1997 a 2009......diferenças apenas nas curvas Copse e Luffield

Traçado em 2010

Traçado de 2011 até hoje, houve a mudança na reta de chegada e na posição dos boxes, obviamente......é o chamado Arena Grand Prix Circuit

Alguns outros momentos marcantes nos GPs ingleses:

1973: houve uma largada com um grande acidente, que envolveu 9 carros. Quase completando a primeira volta, o sul-africano Jody Scheckter perde o controle de sua McLaren, bate no muro do lado interno da pista, e volta para o meio, e então começou o múltiplo acidente com mais 8 carros, dentre eles o brasileiro José Carlos Pace. O fato mais grave foi com o italiano Andrea de Adamich, que quebrou seu tornozelo, o que encerrou sua carreira na Fórmula 1.

Vejam a largada, a 1ª volta e o acidente:




1985: neste ano houve a pole com a maior média de velocidade, feito do finlandês Keke Rosberg com sua Williams. Ele registrou 1:05.591, com média de 258,983 km/h. Um recorde que durou até 2002, quando o colombiano Juan Pablo Montoya fez a pole em Monza, com média de 259,827 km/h. Montoya bateu seu próprio recorde em 2004, também em Monza, na 1ª parte da qualificação, quando registrou uma volta com média de 262,242 km/h.

1999: durante a prova o alemão Michael Schumacher teve um grave acidente na curva Stowe, na 1ª volta da prova, em que quebrou sua perna, perdendo quase todo o restante da temporada.

Vejam no video




2003: nesta prova houve um fato inusitado. Na 11ª volta os carros estavam saindo da curva Becketts, indo para a Reta do Hangar, quando o padre Cornelius Horan invadiu a pista, vestido de kilt e com um banner na mão onde estava escrito “Leia a Bíblia. A Bíblia sempre está correta”.

Os carros tinham que desviar dele, mas o safety car teve de ser acionado. Um fiscal de pista conseguiu retirá-lo. Posteriormente, o padre doido foi sentenciado a 2 meses de prisão.

Vejam a doideira: