terça-feira, 30 de agosto de 2016

#17 - Grande Prêmio da Itália (parte 1)

* por Carlos Werzel Júnior

É uma das provas automobilísticas mais antigas existentes. Faz parte da Fórmula 1 desde 1950, e ocorreu em todos os anos desde então.

O primeiro Grande Prêmio foi realizado em 1921, em um circuito próximo a Brescia.

Em 1922, entre os meses de maio a julho, foi construído o Autodromo Nazionale Monza, por 3.500 trabalhadores, financiado pelo Automóvel Clube de Milão. O circuito fica próximo da cidade de Monza, ao norte de Milão, na Itália. Foram construídos um traçado de 5,5 km e um oval de 4,5 km de extensão. No total, o traçado dá 10 km. O oval possui curvas inclinadas em relação à superfície, elas possuem cerca de 30º cada.

Em 1922 aconteceu o 1º GP em Monza, e inicialmente utilizavam o circuito completo, somando o oval. Desde o início mostrou-se um circuito veloz e perigoso, sendo que o primeiro GP trágico foi o de 1928. Em 1929 e 1930 não houve GP em Monza, voltando em 1931.

Em 1933 houve outro GP trágico em Monza, por conta de óleo (que saiu de um dos carros) em uma das curvas anguladas do oval. Em 1935 alterações foram feitas no traçado, com a inclusão de chicanes em alguns trechos. Em 1937 o GP italiano foi em Livorno, no Circuito del Montenero.

Houve GP’s até 1938, quando veio a 2ª Guerra Mundial. O GP da Itália volta em 1947, desta vez em um circuito de rua em Milão, no Sempione Park. Em 1948 o GP Italiano foi realizado em Turim, no Valentino Park.

Em 1949 o GP Italiano volta ao circuito de Monza, e foi incluído no calendário da recém criada Fórmula 1 em 1950. A partir de então os GP’s Italianos foram realizados sempre em Monza (até os dias atuais), somente em 1980 que não, quando passou ao circuito de Imola. Isto ocorreu pois Monza passou por melhorias, incluindo a construção de novos boxes.


O traçado de Imola em 1980, que foi o GP da Itália daquele ano

Em 1957 houve outro GP na Itália, o chamado GP de Pescara. Foram utilizadas estradas para o circuito, passava por cidades próximas a Pescara. Foi o circuito mais longo de toda a história da Fórmula 1, ele tinha 25.800 metros de extensão. Também era bastante perigoso, tanto que Enzo Ferrari, o dono da equipe Ferrari, não mandou seu time para esta prova, por segurança de seus pilotos. Foi o único GP oficial realizado lá, pela Fórmula 1.


O longo e perigoso circuito de Pescara

Voltando a Monza, é um circuito veloz e que passou por mudanças em seu traçado ao longo dos anos. O traçado completo, com o circuito oval, foi utilizado em 4 provas na Fórmula 1: 1955, 1956, 1960 e 1961. Aliás, em 1960 havia voltado o circuito oval, pois os organizadores italianos queriam ‘ajudar’ a Ferrari, que tinham motores mais potentes que os carros britânicos. As equipes britânicas criticaram, pois achavam que as curvas anguladas eram frágeis e bastante duras para os carros, por isso boicotaram o GP de 1960.

Fato é que Monza é um dos templos do automobilismo, circuito que já decidiu títulos mundiais na Fórmula 1, e que infelizmente vitimou grandes pilotos.

Alguns fatos marcantes do GP Italiano:

1957 e 1958: não exatamente pela Fórmula 1, mas nestes dois anos ocorreu a “Corrida dos Dois Mundos”. Era pra ser uma disputa entre carros da USAC (antiga Fórmula Indy) e da F1, no oval de Monza. Porém, várias equipes da F1 desistiram de participar, para preservarem a segurança dos seus pilotos, pois o oval de Monza era muito exigente na parte mecânica dos carros.
As provas foram no sentido anti-horário do circuito, e pela semelhança com Indianápolis (também foram 500 milhas), ficaram conhecidas como Monzanápolis.

Abaixo um video da prova de 1957:




1961: o piloto alemão Wolfgang Von Trips (que seria o 1º alemão campeão do mundo), aproximando-se da Parabolica, tocou no carro de Jim Clark, e voou sobre os torcedores próximos (matando 14), e seu corpo foi atirado para fora do carro, falecendo na hora.

No video a narração é em alemão:




1970: o austríaco Jochen Rindt, nos treinos para o GP em sua Lotus, ao se aproximar da Parabolica, perdeu o controle de seu carro, vindo a bater feio no guard rail. Acabou falecendo quase que instantaneamente. A equipe Lotus retirou-se da prova, e graças à vitória de seu substituto Emerson Fittipaldi, nos EUA, Rindt acabou se tornando o único campeão póstumo da F1.




1971: aconteceu um dos finais mais emocionantes na história da F1! Os cinco primeiros colocados terminaram a prova bastante próximos. Vitória do britânico Peter Gethin (BRM); o 2º foi Ronnie Peterson (March), a 0.01 segundo; o 3º François Cevert (Tyrrell), a 0.09 segundo; em 4º Mike Hailwood (Surtees), a 0.18 segundo; e em 5º ficou Howden Ganley (BRM), a 0.61 segundo do 1º! Foi o último GP sem chicanes no traçado de Monza.




1978: um grave acidente na largada. Riccardo Patrese ultrapassou James Hunt, pela direita, e Hunt se moveu para a esquerda atingindo o pneu traseiro de Ronnie Peterson. Mais 7 pilotos foram envolvidos no acidente. Peterson sofreu várias lesões nas pernas, e como o carro pegou fogo, ele inalou fumaça e fogo. Ainda estava consciente quando foi levado ao hospital. Mas no dia seguinte, o piloto sueco faleceu de embolia pulmonar. Mais um talento que sucumbiu aos riscos do automobilismo.

Video em alemão:




Estes são apenas alguns dos momentos marcantes nos GP’s Italianos em Monza que colocamos, pois existem tantos. Se fôssemos colocar vários, ficaria muito longo o texto.

(continua...)

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