É uma
prova automobilística anual realizada em quase todos os anos desde 1926. Ela
tem uma história estável dentre os Grand Prix mais velhos, tendo sido realizada
em 3 circuitos apenas: Nürburgring, Hockenheimring e AVUS.
O primeiro
Grand Prix oficial na Alemanha foi realizado em 1926, no circuito de AVUS, e os
subsequentes, ainda antes da 2ª Guerra Mundial, foram realizados em Nürburgring.
De 1927 a 1929 no circuito Nürburgring Gesamtstrecke (circuito combinado de
mais de 28 quilômetros), e depois em Nürburgring Nordschleife (um pouco mais
curto, com quase 23 quilômetros).
O
grande piloto neste período pré 2ª Guerra Mundial foi o alemão Rudolf
Caracciola, que detém o recorde de vitórias no Grand Prix Alemão, com 6
triunfos, todos de Mercedes. Aliás, Caracciola foi um dos grandes pilotos pré
2ª Guerra Mundial na história do automobilismo!
Após a
2ª Guerra Mundial o GP Alemão só foi incluído na Fórmula 1 em 1951, no circuito
Nürburgring Nordschleife, que ficou no calendário até 1958. Apenas em 1955 não
houve GP da Alemanha devido ao desastre das 24 Horas de Le Mans daquele ano.
Em
1959 o GP da Alemanha foi transferido para o veloz circuito de AVUS (Automobil-Verkehrs-
und Übungsstraße). AVUS tinha 8.300 metros, sendo 2 longas retas de 4 km cada,
um hairpin numa ponta, e na outra um “banking”, uma curva com inclinação de 43º
(para comparação, o circuito de Daytona tem curvas de 31º), que era conhecida
como “O Muro da Morte”. O piloto francês Jean Behra faleceu em uma prova de Fórmula
2, antes da prova da F1, ao perder o controle do seu carro na curva inclinada,
voou para fora da pista e bateu a cabeça em um poste.
A
corrida em AVUS foi atípica, pois os pilotos disputaram 2 baterias, num total
de 60 voltas. Foi a única prova disputada em AVUS, pois era um circuito muito
perigoso. Em 1960 volta para Nürburgring, no circuito Sudschleife, mais curto,
mas houve apenas uma prova de Fórmula 2, devido à reclamações de alguns pilotos
sobre o perigo e velocidade de AVUS.
Em
1961 o GP Alemão volta à F1 no circuito Nürburgring Nordschleife. As provas de
Fórmula são disputadas lá até 1969. Em 1967 foi adicionada uma chicane logo
antes da reta dos boxes, por segurança.
As
velocidades na Fórmula 1 haviam aumentado bastante, e após o falecimento do
piloto inglês Piers Courage no GP da Holanda de 1970, a GPDA (Grand Prix
Drivers’ Association) reuniu-se em um hotel, pois, por falta de segurança, os
pilotos não queriam mais correr em Nürburgring Nordschleife.
As
mudanças que os pilotos pediram foram recusadas pelos donos do circuito Nürburgring
Nordschleife, e o GP Alemão de 1970 foi realizado em Hockenheimring.
Em
1971 o GP da Alemanha volta a Nürburgring Nordschleife, com o mesmo traçado,
mas com mais segurança. Neste ano Jackie Stewart chamou o circuito de “Green
Hell” (inferno verde).
Em
1975 Niki Lauda se torna o único o piloto a completar uma volta no circuito de
22,8 km abaixo dos 7 minutos! Em 1976 acontece o último GP em Nürburgring
Nordschleife, pois houve o grave acidente de Niki Lauda, que quase o matou.
Assim
acabariam as provas da Fórmula 1 no grande circuito Nürburgring Nordschleife,
que era bastante desafiador, perigoso, tinha cerca de 170 curvas (!!), tinha
saltos (os carros literalmente voavam) ao menos em 2 trechos, e que vitimou
alguns pilotos (para não escrever vários).
O traçado usado até 1966 |
O traçado usado de 1967 até 1976, única diferença é a chicane logo antes da reta dos boxes |
A F1
vai para Hockenheim, onde são disputadas provas de 1977 a 1984. Em 1985 o GP
Alemão acontece em Nürburgring, mas num circuito remodelado, bem mais curto,
com 4.556 metros.
O traçado de 1985 |
Com a
política da FISA (pré FIA) de firmar longos contratos de uma pista por Grande
Prêmio, em 1986 o GP Alemão volta a ser realizado em Hockenheim, até o ano de
2006.
Não
houve GP da Alemanha em 2007 (houve o GP da Europa em Nürburgring). De 2008 em
diante Hockenheim e Nürburgring revezam no GP Alemão. A exceção foi em 2015, em
que o GP foi cancelado.
Traçado usado até 2001, mudaram os nomes de algumas curvas em relação ao traçado de 1985 |
Traçado usado de 2002 até hoje |
Alguns
momentos marcantes (dentre os vários) no GP Alemão (na história):
1957:
neste GP houve, talvez, a maior vitória do pentacampeão Juan Manuel Fangio. Ele
decidiu largar com pneus mais moles e meio tanque de combustível, para ir mais
rápido que os outros, especialmente as Ferraris de Mike Hawthorn e Peter
Collins.
A
prova tinha 22 voltas (foi em Nürburgring), e na volta 13 Fangio parou para um
pit stop, tendo uma vantagem de 30 segundos para Hawthorn.
O pit
foi um desastre, e Fangio saiu dos boxes a cerca de 48 segundos atrás do 2º
colocado, Peter Collins.
Nas
últimas 10 voltas que restavam, Fangio quebrou o recorde de volta por 9 vezes,
sendo 7 seguidas (só para termos uma ideia, na 1ª volta após o pit, Fangio
diminuiu a vantagem para o líder em 15 segundos!!).
Na
penúltima volta Fangio não só encostou nos 2 líderes, como os ultrapassou, e
conseguiu uma magnífica vitória!
Fangio,
após a prova, disse “Eu nunca dirigi tão rápido em minha vida, e eu não acho
que serei capaz de fazer isso novamente”.
1976:
no último GP realizado no circuito de Nürburgring Nordschleife, na 2ª volta
houve o grave acidente de Niki Lauda. Seu carro pegou fogo, e ainda foi
atingido por Harald Ertl e Brett Lunger. Estes 2 pilotos, mais Guy Edwards e
Arturo Merzario, desceram de seus carros para ajudar Lauda a sair do seu carro
em chamas.
Lauda
sofreu graves queimaduras e foi levado ao hospital, onde lutou por sua vida.
Incrivelmente,
6 semanas depois Lauda volta a disputar o campeonato da F1 em 1976, porém perde
o título para James Hunt. Mas sua recuperação foi algo impressionante!
1982:
já em Hockenheim, neste ano houve o famoso incidente entre Nelson Piquet e o
chileno Eliseo Salazar.
Na 18ª
volta, Piquet liderava a prova, e iria dar uma volta no retardatário Salazar,
de ATS. Mas ao chegarem na então nova chicane Ostkurve, Salazar não deu espaço
para Piquet, e os 2 bateram.
O
resultado vemos no vídeo!
2000: Rubens
Barrichello consegue sua 1ª vitória na Fórmula 1! E que vitória.
Rubens
largou em 18º, e já ao final da 1ª volta estava em 10º. Chegou a estar em 3º
quando fez seu pit stop.
Houve 2 safety cars, um
pois um homem (ex funcionário da Mercedes Benz) protestou contra sua demissão,
e o outro por um acidente entre Jean Alesi e Pedro Paulo Diniz.
Na
volta 33 começa a chuva, e vários pilotos pararam nos boxes para colocarem
pneus para chuva. Barrichello decidiu permanecer com os pneus para pista seca,
até porque a maioria do traçado ainda estava seco, só o trecho do chamado
“estádio” e a reta dos boxes estavam molhados.
E a
aposta deu certo!
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