É uma
prova da Fórmula 1 sancionada pela FIA, que ocorreu nos anos de 1964, de 1970 a
1987, e de 1997 a 2003. Retornou ao calendário da F1 em 2014.
O GP
Austríaco foi realizado em 2 locais diferentes na área da cidade de Zeltweg,
localizada na cidade de Spielberg, no sudeste da Áustria.
Spielberg
é uma cidade que fica entre as cidades de Zeltweg e Knittelfeld, no estado de
Styria.
Primeiramente
foi utilizado um aeródromo como pista. Em 1963 houve uma prova extra-campeonato
da F1, no circuito de Zeltweg Airfield. No ano seguinte houve a única prova
oficial da F1 nesse circuito. Após 105 voltas, quem venceu foi o italiano
Lorenzo Bandini, de Ferrari. Aliás, acabou sendo a única vitória de Bandini na
categoria!
Circuito Zeltweg Airfield |
A
corrida foi um sucesso, mas a pista foi considerada muito perigosa, era
estreita e muito irregular. A FIA então tirou o circuito do calendário.
No ano
de 1969 foi construído o circuito de Österreichring, situado nas montanhas de
Styria. Era um circuito espetacular e muito rápido, em que cada curva não era
feita em marcha menor que a 3ª (em câmbios de 5 marchas) ou a 4ª (em câmbios de
6 marchas).
Com o
passar dos anos, muitos consideraram Österreichring como perigoso, pois em alguns
trechos não havia área de escape. E também a velocidade ia crescendo ano a
ano......em 1987, no então último GP Austríaco na F1, a pole foi de Nelson
Piquet, que fez 1:23.357 min., com média de 255,756 km/h. À época, era o 2º
circuito mais rápido do calendário, só ficando atrás de Silverstone.
Outro
problema de Österreichring (literalmente ‘circuito austríaco’) era a reta de
largada/chegada, que era muito estreita. Enquanto nas outras pistas a reta de
chegada tinha entre 18 a 24 metros de largura, em Österreichring só tinha 9,1
metros de largura. Por isso houve muitos acidentes em largadas.
Circuito de Österreichring. Em 1977 foi feita a chicane Hella-Licht, onde havia a curva Vost-Hugel |
Por todos
estes problemas, o último GP em Österreichring foi em 1987. Em 1995 e 1996 a
pista foi remodelada, no mesmo local, e redesenhada por Hermann Tilke. A pista
foi encurtada de 5.942 metros para 4.326 metros, tendo sido retiradas várias
das curvas rápidas.
Como a
maior parte da construção foi paga pela provedora de telefonia móvel A1, a
pista foi renomeada para A1-Ring. Houve provas em A1-Ring de 1997 a 2003. Após
foi retirada do calendário da F1.
Comparativo entre A1-Ring (em preto) e o velho Österreichring (em cinza) |
No final
de 2004 o circuito A1-Ring foi comprado pelo co-fundador da empresa Red Bull,
Dietrich Mateschitz. No final de 2008 iniciou-se a reconstrução do circuito, e
em dezembro de 2012 a Red Bull contatou a FIA dizendo que a pista estava pronta
para uma prova da F1. Em julho de 2013 a Red Bull anunciou o retorno do GP da
Áustria em 2014.
Renomeado
Red Bull Ring, o circuito está ativo no calendário da Fórmula 1 desde 2014.
Alguns
momentos marcantes do GP da Áustria:
1975:
nos treinos houve alguns acidentes, dentre eles o que levou Wilson Fittipaldi a
quebrar 2 ossos da mão. Mas o mais grave foi do americano Mark Donohue, que
bateu na curva Vost-Hugel (a 1ª do circuito), após problema num dos pneus a 260
km/h, passando por cima do guard-rail, caindo em um barranco. Dois fiscais
morreram, e Donohue não aparentava ter sofrido ferimentos graves. Foi dito que
a cabeça de Donohue bateu em um poste e ficou inconsciente. Porém, minutos
depois recuperou a consciência, mas durante o dia reclamou de dores de cabeça. Após,
entrou em coma, e veio a falecer 3 dias depois, por hemorragias no cérebro.
Por
causa desse grave acidente, em 1977 colocaram uma chicane no lugar desta curva
Vost-Hugel. Tornou-se conhecida como chicane Hella-Licht.
Abaixo video com o resgate do piloto americano
Mas
esta prova marcou, também, a única vitória do italiano Vittorio Brambilla na
F1. A prova foi encerrada com 29 voltas, por causa da forte chuva. Quando ele
recebeu a bandeirada, perdeu o controle de sua March, vindo a derrapar e bater.
1985:
na volta 13 aconteceu um dos acidentes mais espetaculares na F1. Andrea de
Cesaris, com sua Ligier, perdeu o controle do seu carro na curva Panorama e
saiu na grama, vindo a capotar várias vezes. O piloto não sofreu nada, apenas
ficou com o macacão e o capacete sujos de lama. Porém, com este acidente, De
Cesaris foi demitido da Ligier.
1987:
nos treinos livres da sexta feira, Stefan Johansson, de McLaren, bateu em um
cervo! Isso mesmo. O sueco estava a cerca de 225 km/h, matando o cervo, que
simplesmente atravessou a pista, fugindo do barulho dos carros e procurando
refúgio. Johansson sofreu apenas dores na cabeça e no pescoço. Foi para o
hospital, mas conseguiu participar da prova no domingo. Há fotos deste
incidente, como a abaixo.
A
largada da prova foi bastante confusa, aliás houve 3 largadas! Nas duas
primeiras houve acidentes que paralisaram a prova. A segunda foi a mais séria, após
Mansell ter problemas com seu câmbio, atrapalhou todo o resto do grid atrás e
ocorreu um grande acidente, envolvendo vários carros, cerca de 10, 11.
Abaixo video da 2ª largada, com narração em alemão
2002:
aconteceu uma das grandes vergonhas da F1. Rubens Barrichello venceria a prova,
mas por ordem da Ferrari, ele deixou Michael Schumacher ultrapassá-lo a poucos
metros do final. Sem comentários!
O
circuito possui 4.326 metros (mesma extensão do A1-Ring), é um autódromo
permanente, no sentido horário e de média alta velocidade. Possui 9 curvas,
sendo 7 para a direita e 2 para a esquerda.
Até
hoje foram disputados 29 GP’s da Áustria na Fórmula 1, sendo 1 prova
extra-campeonato, 1 prova em Zeltweg Airfield, 18 em Österreichring, 7 em
A1-Ring e 2 no atual Red Bull Ring.
O
maior vencedor do GP do Áustria é o francês Alain Prost, com 3 conquistas (1983
[de Renault], 1985 e 1986 [de McLaren]). Em 2º lugar temos 5 pilotos: Ronnie
Peterson (1973, 1978 [as 2 de Lotus]); Alan Jones (1977 [Shadow], 1979
[Williams]); Mika Häkkinen (1998, 2000 [as 2 de McLaren]); Michael Schumacher (2002,
2003 [as 2 de Ferrari]) e Nico Rosberg (2014, 2015 [as 2 de Mercedes]).
Dentre
as equipes, a maior vencedora é a McLaren com 6 triunfos (1984, 1985, 1986,
1998, 2000 e 2001). A Ferrari está em 2º, com 5 vitórias (1964, 1970, 1999,
2002 e 2003).
Os
pilotos com maior número de poles são: Réné Arnoux, Nelson Piquet e Niki Lauda,
com 3 poles cada. Arnoux em 1979, 1980 e 1981 (todos de Renault), Piquet em 1982,
1984 (os 2 de Brabham) e 1987 (Williams) e Lauda nos anos de 1974, 1975 e 1977
(todos de Ferrrari).
Dos
atuais pilotos, Felipe Massa tem 1 pole, em 2014 com a Williams, e Lewis
Hamilton, de Mercedes, com uma pole também, no ano de 2015.
A volta
mais rápida no atual circuito foi do brasileiro Rubens Barrichello, de Ferrari,
em 2002, que foi a pole position naquele ano. Ele registrou 1’08.082 min., com
média de 228,747 km/h.
A 9ª
prova da temporada 2016 da F1 será a 3ª no Red Bull Ring (30ª na história do GP
Austríaco, se considerarmos a prova extra-campeonato em 1963), terá 71 voltas,
e será disputada no dia 3 de julho.